É possível monitorar o caminho da internet

Postado por Dr Marketing - Gabriel
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24 de Maio de 2016

Todo mundo sabe que as empresas telecomunicações lideram os rankings de reclamações de entidades como Procon e Reclame Aqui. E todos nós já reclamamos em algum momento. Uma das dificuldades que os clientes encontram é referente à banda larga fixa. Mas muitas vezes, a solução para esses problemas estão na casa do usuário. Para ajudar as empresas de telecom a analisar a rede dos seus clientes e dar um atendimento mais preciso, a startup TGR desenvolveu uma tecnologia que permite monitorar todo o caminho da internet, desde a operadora até a residência. A TGR surgiu a partir de uma demanda que o economista Celso Andrade teve em sua outra empresa, a Uotz. Fundada há 13 anos, a Uotz é uma consultora que trabalha com indicadores de mercado e qualidade para marcas interessadas em avaliar seus produtos. Em 2013, quando a Anatel ampliou os limites mínimos de velocidade de banda larga fixa no Brasil, Andrade conta que algumas operadoras procuraram a Uotz em busca de soluções para medir a conexão. O empreendedor foi buscar a solução para esse produto com o professor Edmundo Souza e Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Juntos, eles começaram a elaborar um projeto piloto sobre o tema na universidade. A primeira solução da empresa foi testada em cem residências e, segundo Andrade, os resultados foram tão bons que os dois resolveram montar uma startup na área. A TGR foi aberta com investimento próprio. A startup foi desenvolvida dentro da UFRJ e recebeu apoio da Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE). O programa da incubadora estimula a criação de novas empresas a partir do conhecimento tecnológico da academia. As startups recebem espaço de trabalho, além de consultoria nas áreas de marketing, finanças, comunicação, contabilidade e jurídica. Além da TGR, outras 28 empresas estão sediadas na incubadora. Segundo Andrade, esse tipo de modelo, que o empreendedor chamou de ‘empresa-universidade’, permitiu contato direto da startup com os estudantes do laboratório de ciência da computação. “Nós ficamos a apenas 500 metros do laboratório e, por isso, muitos estudantes vêm nos ajudar no tempo livre. Essa interação nos deu grande apoio no desenvolvimento técnico do produto”, diz. No primeiro ano, a equipe da TGR era composta apenas por Andrade, Souza e mais três alunos que se tornaram sócios. Hoje, além dos cinco, a startup conta com uma equipe de 15 pessoas.

Os produtos da TGR são capazes de medir a banda larga desde a operadora até a casa dos clientes. Com isso, é possível saber quantos aparelhos estão conectados à rede, quanto cada um consome de banda e como o sinal de internet está distribuído pela casa. Essas tecnologias já existiam em produtos separados, mas o diferencial da TGR foi conseguir unir essas ferramentas em todas as etapas da distribuição de rede. “Nós fornecemos tanto o software que a operadora utiliza em seus computadores para analisar os resultados, quanto o hardware que vem embarcado nos modens de internet e nos roteadores”, explica Andrade. As informações que esses aparelhos geram são úteis quando a operadora recebe uma ligação de um cliente com problemas na internet. Segundo Andrade, aproximadamente 60% das ligações telefônicas dos clientes às operadoras são sobre problemas de banda larga, e, na maior parte das vezes, os problemas não estão na internet que chega à casa do cliente, mas sim em um fator interno. “Se um cliente ligar e reclamar que, mesmo tendo contratado uma internet de 30 Mbps, ele ainda não consegue ver um filme no Netflix, o atendente poderá ver porque a banda larga não está suprindo a demanda. Pode ser que haja um elevado número de aparelhos consumindo dados, por exemplo, e, nessa hora, o atendente poderá dar dicas para o cliente, como desligar alguns aparelhos que estão ligados, mas sem uso”, diz. Em abril de 2015, a empresa vendeu seus primeiros produtos para teste a uma operadora que não pode ser divulgada. Atualmente, a TGR trabalha com quatro mil modens instalados na residência de clientes dessa operadora, e a previsão é que, até o fim do ano, o número de aparelhos suba para cem mil. “Temos acertado com essa operadora que nosso produto será inserido na sua linha de produção. Assim, os modens dos novos clientes já sairão de fábrica com o nosso software de análise embarcado. Com isso, a partir dos próximos anos, devemos chegar na casa dos milhões”, explica Andrade. Em 2015, o faturamento da TGR foi de R$ 4,5 milhões. A TGR trabalha atualmente em outra solução para a banda larga doméstica, dessa vez voltada para o próprio consumidor final fazer a análise da sua rede. “Estamos desenvolvendo um aplicativo no qual o usuário poderá ver como a sua banda é consumida”, diz Andrade. O programa deve ser lançado até o fim de 2016 e será feito para educar os usuários sobre o que eles podem fazer para melhorar a conexão. O empreendedor acredita que o aplicativo deve resultar em uma diminuição no número de ligações de clientes com problemas aos SACs das operadoras. FONTE: PEQUENAS EMPRESAS GRANDES NEGÓCIOS

25-05-16

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